Dormir para calar as vozes da mente.
É muito duro se dar conta de que é só mais um na
multidão. De que as pessoas podem ser felizes sem você.
Talvez eu deva desacelerar. Talvez eu deva me voltar
ao propósito pelo qual cheguei até aqui.
Mas a vozinha me diz que eu vou me tornar cada vez
mais solitária. Pavor. Pânico.
Meu coração está em pânico.
Talvez eu deva levar as coisas menos a sério, mas...
Se bem me lembro, foi a intenção no começo. Talvez decidir não levar as coisas
a sério tenha sido o princípio de toda a ruína.
Construí um reinado inteiro empilhando cartas de
baralho: Quanto maior eu penso que ele fica, mais frágil eu sei que se torna.
É também difícil aceitar que as pessoas são
diferentes de mim. Que não pensam como eu. Que tem objetivos diferentes.
Pela primeira vez na vida, me sinto triste por
saber que não há volta. Máquina do tempo, é tão preciso que te inventem!
Dormir para calar as vozes da mente.
Mas há trabalho a ser feito. Dormir não está nos
planos.
Coração bate apertado no peito. Como daquela vez
em que quase morri. O silêncio da casa me permite ouvi-lo.
Talvez estejam falando mal de mim. Talvez não.
Talvez entendam o que se passa aqui dentro. É, definitivamente... Não.
Talvez eu deva desacelerar. Dormir para calar as
vozes da mente. Eternamente.